Ouvirá o Mundo o que nunca viu, lerá o que nunca ouviu, admirará o que nunca leu, e pasmará assombrado do que nunca imaginou.


Padre António Vieira, História do Futuro


domingo, 10 de novembro de 2013

Mais cantigas

Que saudades tenho da minha amada
quando me lembro dos nossos momentos.
Mergulho doce num tubo de Mentos...

Demonstra a simplicidade esperada.
Peço a Deus que me tire deste sofrimento,
Que me acabe  destruindo mui lento.

Já é mui tarde e estou aqui à espera
de estares junto de mim a me beijar
com os teus lábios a me pintar
a minha boca com sabor a amora.
                                                                     Peço a Deus que me tire deste sofrimento,
                                                                     Que me acabe  destruindo mui lento.

                                                             Leonardo Lopes e Waldirson Carlos (10º3)

Que saudades tenho de mha senhor
Quando a vi entrar na sala de aula
vi que tinha ar de sossegada Paula.
Tão grande que foi o meu amor
Pedi a Deus para que fosse
minha e para que comigo ficasse.

Da janela me atiro se não a tiver
Fiquei obcecado, fui ao pediatra,
mas precisava era de psiquiatra,
pois era uma bela mulher.
Pedi a Deus para que fosse
minha e para que comigo ficasse.

Reparei nela assim que a vi
a linda tatuagem no pescoço,
um gato malhado cor de tremoço.
Foi inevitável, apaixonei-me e sorri.
Pedi a Deus para que fosse
minha e para que comigo ficasse.

Pedi a Deus para que fosse
minha e para que comigo ficasse.

Rita Penedo e Joana Barata (10º3)

quarta-feira, 30 de outubro de 2013

AS NOVAS CANTIGAS DE AMOR



Na varanda, sentado no sofá,
Olhando para o céu e pr’ as estrelas,
Sonhando com o dia em que irei vê-la.
Sentimento profundo este amar.
Foi tão difícil ver-te partir
Lembro o dia em que te fiz sorrir.

Essa dor que coleciono está
No lado esquerdo do meu peito
Vai-se acumulando no coração.
Queria dizer-to , mas palavras faltam.
Foi tão difícil ver-te partir
Lembro o dia em que te fiz sorrir.

Não sei sarar essa dor que há em mim,
Talvez abra mão, vendo o nosso fim.
(com correções)

10º3- Otávio Prates,25



Viver com saudades de mha senhor
Por mar,por terra, vos perdestes
De mim, pareceis que esquecestes.
Tornei-me num quadro sem pintor
Longe de vós, sinto-me tão triste.
Estarei sempre de nariz em riste.

Hoje sinto-me muito carente
Já perdido nos meus sentimentos
Deixo-me levar pelos fortes ventos
Mas vós não saís da minha mente.
Longe de vós, sinto-me tão triste.
Estarei sempre de nariz em riste.

(com correções)

10º3- Gilson (12)e Micael (24)

sábado, 25 de maio de 2013

Acróstico de Jecira Gomes

11ºano turma1
Português
Unidade- Cesário Verde, um poeta da modernidade

Profª Maria Teresa Goucho

ATIVIDADE:

Acróstico: escrita criativa, tendo como ponto de partida a análise do poema Contrariedades de Cesário Verde.

Os alunos podiam escrever até três palavras em cada linha.


Contrariedades

Eu hoje estou cruel, frenético, exigente; 

Nem posso tolerar os livros mais bizarros.
Incrível! Já fumei três maços de cigarros. 
Consecutivamente. 

Dói-me a cabeça. Abafo uns desesperos mudos:
Tanta depravação nos usos, nos costumes!
Amo, insensatamente, os ácidos, os gumes
E os ângulos agudos.

Sentei-me à secretária. Ali defronte mora
Uma infeliz, sem peito, os dois pulmões doentes;
Sofre de faltas de ar, morreram-lhe os parentes
E engoma para fora.

Pobre esqueleto branco entre as nevadas roupas!
Tão lívida! O doutor deixou-a. Mortifica.
Lidando sempre! E deve a conta na botica!
Mal ganha para sopas...

O obstáculo estimula, torna-nos perversos;
Agora sinto-me eu cheio de raivas frias,
Por causa dum jornal me rejeitar, há dias,
Um folhetim de versos.

Que mau humor! Rasguei uma epopéia morta
No fundo da gaveta. O que produz o estudo?
Mais duma redação, das que elogiam tudo,
Me tem fechado a porta.

A crítica segundo o método de Taine
Ignoram-na. Juntei numa fogueira imensa
Muitíssimos papéis inéditos. A imprensa
Vale um desdém solene.

Com raras exceções merece-me o epigrama.
Deu meia-noite; e em paz pela calçada abaixo,
Soluça um sol-e-dó. Chuvisca. O populacho
Diverte-se na lama.

Eu nunca dediquei poemas às fortunas,
Mas sim, por deferência, a amigos ou a artistas.
Independente! Só por isso os jornalistas
Me negam as colunas.

Receiam que o assinante ingênuo os abandone,
Se forem publicar tais coisas, tais autores.
Arte? Não lhes convêm, visto que os seus leitores
Deliram por Zaccone.

Um prosador qualquer desfruta fama honrosa,
Obtém dinheiro, arranja a sua coterie;
E a mim, não há questão que mais me contrarie
Do que escrever em prosa.

A adulação repugna aos sentimentos finos;
Eu raramente falo aos nossos literatos,
E apuro-me em lançar originais e exatos,
Os meus alexandrinos...

E a tísica? Fechada, e com o ferro aceso!
Ignora que a asfixia a combustão das brasas,
Não foge do estendal que lhe umedece as casas,
E fina-se ao desprezo!

Mantém-se a chá e pão! Antes entrar na cova.
Esvai-se; e todavia, à tarde, fracamente,
Oiço-a cantarolar uma canção plangente
Duma opereta nova!

Perfeitamente. Vou findar sem azedume.
Quem sabe se depois, eu rico e noutros climas,
Conseguirei reler essas antigas rimas,
Impressas em volume?

Nas letras eu conheço um campo de manobras;
Emprega-se a réclame, a intriga, o anúncio, a blague,
E esta poesia pede um editor que pague
Todas as minhas obras

E estou melhor; passou-me a cólera. E a vizinha?
A pobre engomadeira ir-se-á deitar sem ceia?
Vejo-lhe luz no quarto. Inda trabalha. É feia...
Que mundo! Coitadinha!

Cesário Verde, in  O Livro de Cesário Verde


Jecira Gomes
C
Cantam no chiado!
O
Oiço-os da varanda.
N
Não percebo!
T
Tal insatisfação humana
R
repugna-me a alma,
A
afeta minha calma!
R
Realmente cantam mal.
I
Incrível!
E
Estou cansada,
D
desisto.
A
Agora sinto-me enraivecida,
D
desesperada.
E
Escondo-me na cama
S
sem outra opção.

Cantam no chiado! Oiço-os da varanda. Não percebo! Tal insatisfação humana repugna-me a alma, afeta minha calma! Realmente cantam mal. Incrível! Estou cansada, desisto. Agora sinto-me enraivecida, desesperada. Escondo-me na cama sem outra opção.

sexta-feira, 17 de maio de 2013

   Incapaz de conceber uma animação da viagem da passarola através do Google Earth, desafiei os alunos do 12º 1 a fazê-lo. O Rodrigo Silva e o Diogo Grilo formaram uma equipa e o aluno Ruben Reis decidiu "voar" sozinho. O resultado foi este. Obrigada, miúdos! Agora, usem as vossas "vontades" para conseguirem uma boa nota no exame nacional.

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

PRIMEIROS PASSOS


Foi proposta uma atividade de escrita criativa aos alunos de 10º ano, de Português-Língua Não Materna (A2 e B1) . A atividade baseava-se na produção de um poema a partir de algumas palavras fornecidas por mim.  O resultado foi surpreendente.      Filomena Ponte Silva

Um momento                                            
Se eu pudesse
Roubava o tempo do mundo
Fazia cada momento
Durar mais do que um segundo,

Sussurrava enquanto o tempo
É só nosso
Se eu pudesse, fazia por ti tudo
O que não posso.

Cada olhar que fica,
Cada beijo que voa,
Cada palavra amiga,
Que sozinha nos conta
Esta história tão bela

Por mais breve que seja,
Faz eterno só o momento
Por mais esquecido que esteja.

MARIA CORREIA (pseudónimo) 10º ano 3ª (B1

Saudades

Saudades daquele sorriso lindo,
Daquele olhar que transparece,
Daquela menina do vestido amarelado
Que caminhava sempre lentamente

Saudades de vê-la rodopiar
Com a sua saia a esvoaçar,
Flor vermelha no cabelo
E seu sorriso no rosto

Saudades de poder tocá-la
Dizer-lhe que não deixo de amá-la,
Que me faz querer lutar
E mostrar que nada é impossível.

DÉBORA ALBUQUERQUE  (pseudónimo)10º 2  (B1)

SENTIMENTO
Hoje vou pintar o céu de azul
A minha maior criação
É amar os outros.

O amor é tão difícil de ter
Tão lindo de partilhar
Tão complicado de esquecer.

É difícil amar
Sem ser amado
Porque sem a troca
Não pode existir o amor.

A vida pode ser difícil
Mas quem vive
O que é viver
Saberá amar.

Hoje vou pintar o céu de azul
Porque acredito
Que posso voar até nele,
Que nele está a minha maior criação.

TINA PEREIRA (pseudónimo)-assistente

A vida é um caminho
De tristeza e alegria.
A vida é como uma flor
Que nasce, cria e morre
Como uma floresta sem fim.

A vida é linda
Como um banco no alto mar
Como os golfinhos a saltar
Como um poeta a falar
Como um passarinho a cantar.
A vida é muito curta
Como o pé de uma criança,
Como os brinquedos da infância.
Se a vida não existisse,
A felicidade, o amor e a tristeza não existiriam.

GILSON MONTEIRO (A2)
10º1


O mar é azul
Como o céu
Que encanta com a beleza do mundo.

Quando o sol nasce
Fica tão lindo a brilhar
Como um diamante

Se não existisse o mundo
Não havia floresta.

MARIA HELENA BARBOSA 10º 1 (A2)

O meu coração arde ai ai                      
Tudo arde
Só porque ela me disse bye.
Foi um adeus
que afastou o pão da minha boca
e trouxe uma bebida alcoólica.
Foi um grande facto
Marcando a minha vida.
A felicidade deixou de visitar a minha casa,
Embora a tristeza vá lá todos os dias.

GILSON PATRICK TAVARES 10º 2 (A2)




No mar
profundo
fecundo
o monte
defronte.
No espaço
abraço
enlaço.
No mar encerro tudo,
lembrando o meu passado.

Sofro
contigo.
Tu sofres depois.
O monte assiste;
sofremos os dois.
Eu sou 
tuas ondas,
na tua amplidão...
vou- lembro o amor que se foi;
volto- trago uma ilusão...
também
banais 
iguais 
no sofrer
sem ser
assim?
O mar
amar
sonhar
o mar...
Ah!mar!...
Amado.
A noite vai chegando,
o dia vai morrendo.
Dormir no infinito 
de um amor passado.

EDSON ROMARIO - 10º1(B1)
Mar azul lindo de ver
com as ondas lentamente
o vento transparece de um lado qualquer
o encanto do porto ao amanhecer
perder-se na floresta do outro lado
da cidade distante.

MALAM DANFA - 10º2 (B1)

                                                      
O CÉU

Aquele céu azul
como a cor do mar...
o mar é como o céu
o céu olha para a a terra
e a terra reflete o seu olhar
como duas pessoas apaixonadas

Esse é o céu
onde ficam as nuvens
as nuvens que nos rodeiam
onde vou buscar as minhas ideias.

CELSO MONTEIRO - 10º1 (A2)


Amo o verão, 
o estímulo 
que ele dá às pessoas,
a vontade de sair
à noite e ficar
até tarde.

Amo o desejo
que ele desperta,
a vontade de se dar,
de se entregar.

Amo as paixões
que ele desperta.
nessa época tudo vale,
a meta é divertir-se,
é aproveitar.
Amo o verão:
a mais bela estação.

ADAMA BARRY - 10º1 (A2)


AZUL

Azul é uma cor linda,
eu gosto de azul.
Quando olhei para o céu,
ficou todo azul.

E, na praia, costumo
somente ver a água,
porque o céu se reflete
no mar.

Azul é uma cor
das meninas.

AIDA COSTA - 10º 1 (A1-A2)








PAIXÃO AZUL

Com o brilho do sol,
numa tarde linda,
os passarinhos azuis
a cantar.

Com o som das marés,
as borboletas eram escusadas.

Eu não podia deixar
de imaginar a tua cara,
o teu sorriso
que se refletia no charco
do meu coração.

Rayoncé "GN" - 10º 1 (B1)

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

sábado, 19 de novembro de 2011

A POESIA DE INÊS VALADA

Ainda há poetas pela Seomara. Se os julgavam desaparecidos, aqui têm a prova do contrário. É com muito prazer que o POST SCRIPTUM volta a publicar textos dos nossos alunos, desta vez da autoria de Inês Valada, aluna do 11º 1ª.

Jazz

És dono desta noite gélida e efémera.
Em segredo, serpenteias o vago como o fumo das cigarrilhas.
Ecoas em cada dedilhar da guitarra,
Em cada nota do trompete que me embala no folgar da alvorada.

Alma trapaceira, a tua!
Que me rouba os segredos mais recônditos sem pudor,
Extingue lentamente o calor da minha chama,
A história desta noite bulhenta e enlevada.

Despe-me de mim para que nua me conheça...
Leva-me o tudo, para que o nada me reste...
É louca esta noite que me arrasta,
Louca como a minha boca quando sonha que te beija.

Revela-te! Permite-me que conheça a tua presença opulenta.
Invade-me, descobre-me, mata-me!
Transforma-me em colcheias e fusas,
E por fim, arrebata-me com sustenidos e bemóis...
Para que eu, perdida, me perca...
Me perca ainda mais.
*

Na minha vida tenho mundos,
Mas nenhum mundo me tem.
Porque é que me sinto vazia?
Porque é que não sou de ninguém?
Busco o amor a cada dia,
A luz de onde este vem.
Talvez precise de um guia...
Porque é que não sou de ninguém?
Cada instante respira de ti,
E eu respiro também.
És algo que eu nunca vi.
Porque é que não sou de ninguém?
Mas talvez um dia o seja...
Ou dele ou de outrem.
Sonho o dia em que me beija,
o dia em que me deseja...
Eu só penso, ó dia vem!

*

Saudade

Saudades do movimento sobre pés descalços, da expansão, da leveza, e do vigor. Saudades da transparência, da viagem, e da metamorfose. Saudade é o sentimento que mais fortemente vive em mim, mas é assombrado pelos meus fantasmas. Sem pudor, borram de negro todas as boas memórias, tornando-as aziagas e avessas. Estou à procura de um novo rumo, mas só me deparo com obstáculos e barricadas. De olhos fechados tento vencer a bruma, que fria e severamente tenta sempre impedir-me de prosseguir. Tenho saudades dos tempos em que o Sol me ofuscava os olhos, em que o vento fazia dançar os meus cabelos como numa espiral sem fim que só o infinito quer alcançar. Será o passado coadunável apesar da sua vertente imutável? Que seja! Tal facto não me fará parar. Não me irei deixar entorpecer, não agora, não mais...